05 maio 2014

Testemunho final do Luís - estagiário LdV


Há vezes que gostava de ser poeta para que a minha escrita fosse a replica mais fidedigna daquilo que os meus olhos viram. Escrevo-vos de Lyon, estou de partida, mas ainda estou no Grand Parc Miribel Jonage, um parque gigante, denso e penetrante com um lago calmo e tranquilo. Recanto espiritual que não vêem nos grandes roteiros turísticos, mas que encanta pela sua vastidão e espaços verdes. Hoje, o lago esta mais azul, será do reflexo do sol, ou do brilho dos meus olhos. 

É de facto, com um brilhozinho nos olhos que me despeço de Lyon, de Franca, mas sei que será um até breve, a cidade, o país conquistaram-me pela qualidade de vida, pela amabilidade das pessoas e pelas oportunidades que oferecem. Tudo o que direi neste testemunho poderá parecer cliché, mas a verdade é que para mim esta foi uma jornada de aprendizagem, crescimento e amadurecimento. Desde a gestão de emoções à gestão do nosso budget para fazer as compras no supermercado, tudo contribuiu para o nosso processo de aprendizagem.


Não me vou alongar muito mais, porque não consigo fazer uma selecção breve dos aspectos mais positivos na vida em Lyon, desde a gastronomia, as pessoas, a história da cidade, as vistas panorâmicas que descobrimos, as pessoas estrangeiras que conhecemos, a gentileza e a amabilidade da minha família de acolhimento...e porque tudo para ser sentido terá que ser vivido, deixo-vos na dúvida e na expectativa. E lembrem-se que o vosso colega de experiência LdV devera tornar-se vosso amigo. Com a Lídia, solidificamos a nossa relação, foi um porto seguro e ajudamo-nos mutuamente, por isso, invistam nas relações humanas porque são as mais poderosas e duradoiras.

Não posso deixar de fazer uma nota muito sentida à SPIN, em particular à Sara, por todo o apoio e afecto que tornaram o sonho de viver no estrangeiro e ter uma experiência profissional internacional uma realidade, bem como, a Inter Echange (organização intermediaria e a entidade de acolhimento).

A + (a bientôt)
Luis Santos


À bientôt Lyon - testemunho da Lídia, estagiária LdV

Resumir e fazer um balanço do estágio Leonardo da Vinci e de toda a experiência em França de apenas dez semanas não é fácil. Por um lado, o tempo passou num piscar de olhos. Por outro lado, é como se estivesse lá estado muito mais tempo e cada semana equivalesse a um mês. Foi um desafio intenso!


Nos últimos dias em Lyon houve uma pergunta que se tornou frequente: estás contente por regressar a Portugal? A minha resposta não variava muito. Estava bastante contente por se estar a aproximar o dia em que regressava para casa e voltava a abraçar todas as pessoas importantes. Mas, ao mesmo tempo sentia-me triste por já ter de deixar Lyon. Como é que o tempo passou tão depressa? E agora, depois de alguns dias em Portugal, este misto de sentimentos mantém-se. Sinto-me tão feliz por estar perto de todas as pessoas que são essenciais à minha vida mas ao mesmo tempo já tenho tantas saudades de Lyon, da sua dinâmica, do movimento e do estilo de vida daquela cidade, de ouvir francês nas ruas e, claro, das pessoas que lá ficaram. As amizades que se criam e os laços que se estabelecem fora do nosso país em tão pouco tempo são fundamentais para tornar este desafio num dos melhores da nossa vida.


Como se pode adivinhar, o balanço final é muito positivo. Não hesitaria em embarcar noutra aventura deste género. Quando se parte para o estrangeiro (mesmo que por um curto período de tempo e com as questões burocráticas e práticas organizadas pelas associações portuguesa e francesa), é inevitável que essa experiência nos torne pessoas melhores, mais atentas ao multiculturalismo e à globalização e que nos torne pessoas mais fortes, determinadas e motivadas. Ir para outro país estudar, estagiar ou trabalhar assemelha-se em muito pouco em ir de férias para fora. E, na minha opinião, é muitas vezes melhor. Não é tudo perfeito nem cor de rosa mas os aspetos positivos superam em muito os menos positivos. Aprende-se a relativizar determinadas situações e a valorizar outras (o que julgo que não acontece quando estamos na nossa zona de conforto).

Depois de desfazer as malas, dar uma vista de olhos nas fotografias e oferecer alguns souvenirs, fica o dever de missão cumprida e de satisfação por ter chegado ao fim esta etapa. É com orgulho que agora aqui em Portugal vejo o site da minha entidade de estágio – um centro de investigação – a divulgar os textos que traduzi para português com o objetivo criar pontes com o mundo lusófono bem como os vídeos de apresentação dos investigadores no YouTube.


Deve-se ou não voltar aos lugares onde já fomos felizes? Não tenho a certeza quanto à resposta. Mas estou certa que quero voltar a Lyon. De preferência, quando estiver em palco o Festival Nuits Sonores (entre final de maio e início de junho) e durante a Fête des Lumières (início de dezembro). Mas claro que, por inúmeros motivos, Lyon merece uma visita demorada em qualquer altura do ano. Até breve, Lyon!

Lídia Nicolau