13 fevereiro 2014

Os primeiros dias de SVE na Spin - Álvaro


“Lisboa é, em qualquer caso, uma cidade admirável, lenta, uma cidade que sempre está de olho em outra parte. Como uma criança que esta a mirar da coberta de um barco. Como alguém a segurar uma carta antes de botar a carta no correio, algo que ainda está aqui e ao mesmo tempo fica muito longe...  por alguma razão, em Lisboa, pensa-se em coisas que não fazem sentido fora de Lisboa.”  Ray Loriga


Sou o Álvaro, o novo voluntario de Sevilha (Espanha) na Spin. Eu já estive em Lisboa a fazer o meu Erasmus em 2010, e fiquei com saudades de esta cidade até o dia que voltei. Quando eu encontrei o projecto Spin Age eu percebi que poderia alcançar vários dos meus objectivos: regressar a Lisboa, conhecer pessoas de lugares diferentes e meu objectivo profissional, que é desenvolver projectos sociais com comunidades multi culturais. Candidatei e consegui a vaga.

O meu viagem para Lisboa foi muito giro, o avião era muito pequeno (de facto, o autocarro que leva para o avião era maior). Quando cheguei, o Enric estava a esperar-me para ir juntos à minha nova casa. Antes que o metro chegara a Anjos o Enric e eu já tínhamos criado amizade. Pouco a pouco aconteceu o mesmo com os meus companheiros de casa e da Spin.
Meu primeiro dia na Spin

O clima de equipa na Spin é muito bom e os objectivos da associação concordam com os meus objectivos. Acho que vamos fazer grandes projectos juntos.

Durante o tempo que eu estive a esperar para vir as minhas expectativas estavam a crescer. Agora que estou na Spin a escrever este testemunho acho que não tenho nenhum motivo para não continuar a crescer.

Álvaro Ávila

12 fevereiro 2014

Fim do SVE da Clarissa na Letónia

Atā (See you later) Latvia!
After my on-arrival post and mid-term post, here I am writing my final post about my 9-month EVS project in Alūksne, Latvia. It is quite hard for me to summarize this Baltic experience, because 9 months are not 9 days, therefore I'll always forget something worthy of mentioning.

When I arrived there, the Latvian language sounded weird to me, as I could not relate it with any other known language. After a while, it is hard to believe that hearing Latvian was really pleasant and not weird at all!

Every time I think about Latvia I smile. It is a country with only 2 million of inhabitants (only 62% Latvians), proud of their language and heritage. Nowadays Latvia is struggling with citizenship issues, one of them is their language as there are, for example, a lot of people that have the Russian language as their mother tongue. One thing about Latvian people, is that they may not greet each other like we do, but are always ready to help, even when they don't know any English whatsoever (this is similar to Portugal).


 A weekend visit to my flat in Alūksne.
Furthermore in Latvia I had opportunity to see pure nature,untouched landscapes, and they are beautiful, they transmit both a feeling of belonging and peace. Since I can remember I always enjoyed noticing life details, but sometimes I was so busy with all my must-to-do stuff, that I hardly paid attention to little things. Alūksne is all about that: a little town welcoming you in every corner, and inviting you to take a closer look at it. In relation to my favourite things in the town, they are the little train (Bānītis), the Aiolos Temple (picture below) and the Aluksne's Lake.

The Aiolos Temple – front view
Specifically in my EVS project I had the chance to go beyond the assigned tasks. I did several cultural events, related with cinema, animation and music, to name a few. The posts about those events are in this blog (mine are all with “| clari”). I guess the most important thing I did there was the show “EVS pagalmā Tas viss ir par cilvēkiem It's all about people” at Alūksne's New Castle Museum. In this show there were 6 collaborative projects I developed with the local community, namely:

  (1) Alūksnes mīļākā lieta | The Aluksne favourite thing

  (3) Nevizuāls eksperiments | Non-visual experiment

  (4) Acumirkļa grāmatas no Alūksnes | Instant books from Aluksne

  (5) No Al līdz Gmr | From Al to Gmr


In general I'd recommend EVS to everyone, because despite of all the difficulties and problems I encountered on the way, I always focused myself on the good things. All I did there, I did it for and with the people, in order to offer them brand new experiences. Of course I made mistakes, while trying to achieve that. The must-to-do though is to keep motivated no matter what. EVS makes every individual grow as a person and it is healthy to leave the comfort zone. To do that is a big step, it can be hard, but life itself in not easy at all ^^

p.s. Recently I did this about section in the blog, if you are an EVS, feel free to do the same :) also I did the methods of some projects/activities using diagrams with apples and apple trees.

Clarissa

Os primeiros dias de SVE na Spin - Zofia

Há cinco anos sonhei com aprender espanhol. Sonhei com viajar pela América do Sul. Decidi entrar no curso da Filologia Ibérica. 
Em resultado, encontrei-me pela primeira vez com a língua portuguesa (antes conhecia só a [música] Lambada). E enamorei-me por ela. Tive cada vez mais interesse pela língua e pelo mundo lusófono. 

Já depois do segundo ano dos estudos ibéricos consegui ir para a Península Ibérica e trabalhar como voluntária nos albergues de peregrinos pelo caminho de Santiago. Passei duas semanas numa aldeia perto do Porto e gostei muito desta experiência. Sabia que ia voltar a Portugal para ficar cá mais tempo. Entretanto, surgiu a oportunidade de fazer estágio em Sevilha. Fi-lo. 

Depois, como já tinha participado no programa Erasmus, procurei outras oportunidades. Deste modo, descobri o programa SVE e comecei a procurar um projeto para mim. Sabia que queria ir para Portugal e trabalhar com outros jovens num ambiente internacional. Encontrei a página da Spin e candidatei-me ao projeto SPIN AGE. Tive sorte. Aceitaram-me e aqui estou e não me vou mudar durante os próximos nove meses!

No dia da minha partida o céu em Varsóvia estava mesmo azul. Não se via nenhuma nuvem. O sol fazia com que a temperaturas fossem mais agradáveis. 

Lisboa cumprimentou-me com o céu cinzento e com a chuva… Mas também me cumprimentou com o sorriso do Enric que veio buscar-me ao aeroporto e com as boas-vindas do resto dos meus companheiros de apartamento. Desfiz as malas e fui dormir para entrar no trabalho cheia de energia. 

No dia seguinte acordei a 3500 km de casa e pela primeira vez fui à sede da Spin. Já na estação do metro conheci os meus colegas de trabalho. A Maja mostrou-me o bairro. Depois vieram as nossas chefes – a Sara e a Aneta. Logo apareceram os voluntários que trabalham noutras associações em Carnide e almoçámos todos juntos no hostel, numa atmosfera familiar. Tivémos também uma reunião para planear o nosso trabalho dos dias seguintes. 

No final, tivemos a aula de português, durante a qual conheci ainda mais voluntários. Todos me trataram- muito bem. Desde o início, senti-me em casa na Spin. 

Espero que tudo continue assim :)

Zofia Gajos

05 fevereiro 2014

Estágio Internacional: a Lídia de partida para Lyon

(*) Gosto muito de você… Lyon

Vou deixar para trás a família, o namorado, os amigos. Não vou estar presente em algumas datas especiais. Mas também vou deixar para trás o desemprego, a resposta constante a ofertas de emprego e as ofertas de estágio por 150 euros. 

Mas não se pense que vou ‘obrigada’, como tem acontecido com milhares de portugueses que têm abandonado o país. É uma experiência que há muito quero ter! Vou participar num estágio Leonardo da Vinci que me vai permitir uma experiência profissional internacional. Pela frente, um novo país, uma nova cidade e uma nova língua. Lyon vai ser a minha cidade durante quase três meses. Vai ser um desafio e uma oportunidade única! As datas já estão definidas. Ida a 3 de fevereiro e regresso a 21 de abril. Ainda não sei onde e como vai ser o meu alojamento. O local de estágio já está decidido. 

Os sentimentos são mistos e confusos. Têm um sabor agridoce. Por um lado, estou tão contente por ter sido uma das escolhidas para participar neste programa europeu e satisfeita pelo sítio onde vou estagiar. Por outro, quando regressar a Portugal (quase) tudo vai voltar ao mesmo: a missão diária de enviar CVs com o objetivo único de conseguir um trabalho.

Mas por agora vou concentrar-me em Lyon! Quero conhecer a cidade. Passear a pé, ir às pâtisserie e às boulangeries, deliciar-me com a gastronomia francesa. E voltar de Lyon a falar fluentemente francês! 


Vou deixar a minha zona de conforto, o meu país, a minha cidade, a minha casa. Será que vale a pena? Sim, sem dúvida e com toda a certeza! Vale sempre a pena não ficar. É sempre melhor ir. Conhecer, descobrir, experimentar. Voltar a Portugal/casa com outras perspetivas é sempre enriquecedor. Poder comparar a nossa realidade com a de outro país da União Europeia, aqui tão próximo, a menos de três horas de avião, vai melhorar-me enquanto pessoa. 

Para já, começam os preparativos para a viagem! Como se prepara uma mala para uma estadia de três meses? A validade do Cartão de Cidadão está em dia? São cobradas taxas pelos bancos? Quais são os pontos turísticos a não perder em Lyon? E aqueles locais desconhecidos e encantadores ao mesmo tempo? Sou apenas mais uma jovem (com quase 30 anos ainda posso ser considerada jovem ?) que vai deixar temporariamente o seu país. Mas afinal todos os que são ‘apenas mais um’ são muito mais do que isso! 

E esta vai ser a minha viagem, a minha experiência e o meu desafio em Lyon. Talvez a família, o namorado e os amigos não fiquem para trás. Estas crónicas, o Facebook, o Skype e o telemóvel vão ajudar a encurtar a distância! O namorado já marcou a viagem, a mana ainda está indecisa quanto às datas. As SMS de amigos diziam “Estou mesmo contente por ti, estava a precisar de uma boa notícia!!!” e “Deste-me a melhor notícia dos últimos tempos! Je suis très contente pour toi!”


(*) Texto publicado originalmente no P3 a 23/01/2012.

A Lídia Nicolau é licenciada em Jornalismo e acabou de partir para um estágio profissional internacional com financiamento do Programa Leonardo da Vinci através da SPIN.