11 outubro 2011

A minha experiência SVE... so far

A minha história SVE demonstra como nem sempre é uma experiência fanstástica e que existem altos e baixos nesta aventura; muitas das vezes baixos. Que nem sempre chegamos ao nosso ponto de partida e encontramos um sítio maravilhoso, pessoas extraordinárias ou um trabalho que nos motiva. Pensamos que talvez não temos estômago suficiente para enfrentar o que nos espera e questionamos a nossa opção.

O meu SVE começou em Maio e saí de Portugal quando estava quase Verão e o mesmo esperava ao chegar à Grécia. Não aconteceu. Assim que cheguei a Prespa (aldeia Lemos), não estava ninguém nas ruas, chovia a potes e nenhum dos voluntários chegou para me receceber. Em volta só vi montanhas, casas de pedra e tractores. Nas ruas estreitas só havia um pequeno café (o único divertimento da Aldeia) e uma pequena loja.

Em casa tinha que saltar por cima de colchões e de sacos sujos com roupa até chegar ao quarto, e em toda a casa havia sinais de insecticida para ratos. Todos os dias teria que cortar lenha para tomar banho e para me aquecer, assim durante 1 ano que ali iria estar. Não consegui dormir e só pensava em ir-me embora no dia seguinte.
Durante semanas não tirei as roupas da Mala; olhava para a mala todos os dias e todos os dias pensava em sair de Prespa. Assim se passaram exactamente 3 semanas até que dei a mim mesma um prazo para ficar ou sair; para pensar se realmente valia a pena fazer SVE, ficar na Grécia, ficar em Prespa.

Ao fim de 3 semanas vi poderia perder tudo sem sequer tentar e que desistir nunca é solução. Decidi ficar.


Hoje, perto dos 5 meses de projecto vejo tantas diferenças em mim que me sinto crescer e ficar mais independente todos os dias. Sinto-me mais auto-confiante e consigo fazer coisas que antes nunca pensei fazer: corto lenha todos os dias, coordeno um projecto sozinha, consigo comunicar em grego com os locais, vou à montanha todos os fins-de-semana, nado no lago...

Esta breve história prova que nem sempre tudo corre conforme esperamos. O SVE não é linear. Tem altos e baixos, ensina-nos coisas que nunca pensámos aprender, aprendemos com os erros. Ficamos até mais fortes.

Não ter voltado as costas a Prespa ensinou-me mais do que agora posso compreender, mas vejo que os meus horizontes estão mais largos e sinto-me diferente da pessoa que saiu de Portugal.

Da minha história quero apenas transmitir que existem adversidades no SVE e que desses momentos menos bons também aprendemos e amadurecemos. Ainda que agora seja dificíl compreender.
Andreia

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